Análise do caso

Características, potencialidades e limitações

O que há neste caso de avaliação alternativa digital?

Tal como os outros casos previamente ponderados, Redação de um Artigo Jornalístico em Inglês denota uma componente formativa bastante acentuada, com função reguladora e autorreguladora, que respeita os seus atores e respetivos contextos.

Duas mais-valias desta avaliação digital foram a sua autenticidade e o facto de se constituir como aprendizagem significativa.

Autenticidade

No caso selecionado, os alunos tiveram oportunidade de selecionar um título e subtítulo extraídos de um contexto real e atual, de acordo com a sua preferência e com a sua perceção de capacidade para os explorarem. Puderam também pesquisar livremente informação adicional que considerem pertinente para a criação do seu texto jornalístico.

Aprendizagem significativa

Neste caso, os alunos têm uma conceção de notícia/texto jornalístico criada a partir do contacto com os media ao longo das suas vidas e de conteúdos programáticos da disciplina de Português. Além disso, também estudaram o modelo em Inglês.

Isto favorece a integração de novos conceitos associados à forma de construir um artigo, de o estruturar, e ao tipo de vocabulário e linguagem a usar. Estes conceitos associam-se à expressão escrita em língua inglesa de forma muito natural. O conhecimento e a possibilidade de consulta do modelo a partir do manual também sustenta o processo de aprendizagem significativa.

Acresce que, apesar de terem como foco um texto jornalístico, e por isso, terem que obedecer a algumas regras, o facto de os alunos poderem escolher o tema, de terem um período de tempo alargado para o pesquisar e desenvolver também contribui para o sucesso e significância da aprendizagem.

Outras características

Por outro lado, o caso mobilizou várias competências digitais (de pesquisa, de utilização de um ambiente virtual de aprendizagem, de processamento de texto e publicação online), de pensamento crítico e de interpretação e produção escrita em língua inglesa, bem como de recriação de um modelo textual previamente estudado.

Há ainda a utilização da rubrica para orientação e autorregulação dos próprios alunos.

No caso selecionado, o aluno está no centro da atividade, num eixo de Aluno – Saber. O professor é um facilitador da atividade auxiliando síncrona e assincronamente sempre que necessário. De facto, houve dúvidas colocadas por Google Meet aquando do lançamento da atividade, bem como durante o tempo concedido para a realização da mesma, via Google Classroom.

Houve, portanto, interatividade com as ferramentas TIC necessárias para realizar a tarefa, bem como com a professora e outros alunos. Mas não houve produção conjunta de um produto final, algo que é muito valorizado e preconizado pela avaliação digital alternativa, por tornar as aprendizagens ainda mais significativas.

É certo que, até ao momento da avaliação, houve momentos de criação colaborativa, de utilização de outros media e ferramentas, feedback construtivo e avaliação por pares. Este caso de avaliação online não foi um acontecimento desgarrado de todo o percurso pedagógico anterior.

Contudo, a colaboração, a co-criação de conteúdos e da própria rubrica de avaliação para regulação das aprendizagens dos alunos estão ausentes do momento de avaliação digital.

E assim começamos a apontar as limitações e fragilidades desta ferramenta de avaliação online, que parece ficar a meio caminho entre uma avaliação tradicional e uma verdadeira avaliação alternativa digital. Porventura, revelador de ser uma estratégia de avaliação remota, por imperativos alheios a um EaD pensado e ponderado com peso, conta e medida. Talvez o EaD possível face às circunstâncias atuais.